A seca e a falta de chuvas há 45 dias, na maior parte do
Espírito Santo, fizeram o governo adotar medidas para que a falta de água não
se intensifique. A primeira delas é voltada para a agricultura: estão proibidas
novas instalações de irrigação, assim como a liberação de crédito para
equipamentos desse tipo.
Outra determinação é que as companhias de
abastecimento de água priorizem o atendimento à população e revisem seus
contratos com o setor industrial. A resolução foi anunciada pelo governo nesta
terça-feira (27).
O setor de agricultura do estado consome 70% dos recursos
hídricos. Com a escassez, o presidente da Agência de Recursos Hídricos do
Estado, Paulo Monteiro, reforçou o
comprometimento que as companhias de água devem ter com a legislação e a
população.
"Tanto a legislação, quanto a política industrial de
recursos hídricos, quanto a política nacional coloca que o abastecimento humano
é o prioritário. Portanto diante do cenário de escassez, a resolução sinaliza
claramente que essas companhias revejam seus contratos de fornecimento com
essas indústrias.
Do tipo, de reduzir a vazão para esses consumidores e de modo
a manter o atendimento prioritário para a população", ressaltou Monteiro.
A resolução também pede que as prefeituras multem cidadãos
que desperdicem água. Guarapari, município da região Metropolitana, que sofre
com a falta de água, instaurou medidas que começam a valer a partir desta
quarta-feira (28).
A prefeitura proibiu que a população lave carros, ruas,
frente de móveis e calçadas e de encher piscinas. O município também obrigou
que lava a jatos e indústrias criem um sistema subterrâneo para captação de
água.
Rios
Com a falta de chuvas, o nível dos rios que abastecem o
Espírito Santo está cada vez mais baixo. De acordo com Monteiro, há duas
semanas eles estavam em torno de 39% a 37% da vazão esperada para o mês de
janeiro.
Na última medição desta semana, já aponta uma nova redução, eles estão
variando entre 12% a 19%. Com isso, o diretor alerta que pode faltar água
durante o carnaval no estado.
"O que a gente tem sinalizado que é que a região da
Grande Vitória tem o sinal de alerta com mais intensidade, principalmente as
regiões atendidas pelo sistema Santa Maria, que atende o município da Serra e a
parte continental de Vitória", afirma o presidente.
Caso a falta de chuvas dure por mais tempo, as medidas de
racionamento de água irão se intensificar. "Existe uma possibilidade da
reversão da tendência de que chuvas, que elas voltem a ocorrer a partir de
meados de fevereiro, mas nós vamos continuar monitorando tanto a questão das
vazões dos rios, quanto dialogando com os órgão de meteorologia.
Mas caso esse
cenário persista, haverá necessidade de revisão dessas medidas", disse
Monteiro.